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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

01- Arte, cultura e sertanidades, por outras histórias do Brasil

Cláudia Pereira Vasconcelos (Universidade do Estado da Bahia / Universidade de Lisboa)

Izabel Dantas de Menezes (Universidade do Estado da Bahia)

 

O simpósio Arte, Cultura e Sertanidades, por outras Histórias do Brasil objetiva reunir pesquisadores do campo da História, da Arte e das Culturas dos Sertões brasileiros, visando a ampliação e a diversificação das narrativas sobre a produção de arte e cultura brasileira, tendo em vista a desconstrução dos estereótipos criados historicamente em torno da ideia de Sertão. Pela persistente lógica etnocêntrica e homogeneizadora em que a história do Brasil, de um modo geral, e a história das artes no Brasil, em especial, é narrada quase sempre a partir de determinados pontos de vista e, mais especificamente, a partir de determinadas regiões e/ou dos grandes centros, estimular a pesquisa e o intercâmbio entre pesquisadores da arte e da cultura nos sertões poderá produzir novas gramáticas sobre o Brasil profundo. Desse modo, o presente simpósio justifica-se, especialmente, como uma tentativa de garantir a visibilidade da diversidade cultural e artística do país, promovendo uma aproximação dialógica com os saberes, os fazeres, o ser e o conviver com a realidade e a cultura produzida por comunidades dos sertões brasileiros.

 

 

02- O Ensino de História e os múltiplos olhares sobre os Sertões

Ana Paula da Cruz Pereira de Moraes (Instituto Federal da Paraíba)

Ana Rita Uhle (Universidade Federal de Campina Grande) 

 

A atuação dos professores de História em sala de aula compreende o exercício de diferentes papeis que se desdobram na realização de operações distintas, de modo que aparecem relacionados o ato de lecionar e o de produzir pesquisa histórica, uma vez que selecionam fontes documentais e historiográficas e constroem interpretações do passado gerando narrativas sobre os lugares, sujeitos, práticas culturais e movimentos sociais. Tais narrativas interagem de modo contínuo, e até imediato, com diferentes leituras de mundo advindas da própria comunidade, intra e extra acadêmica/escolar. Nesse sentido, o ambiente educacional (Básico ou Superior), onde acontece o Ensino de História, pode tornar-se espaço de construção de múltiplas compreensões em torno dos sertões brasileiros, o “Brasil Profundo”. Entendendo os sertões como lugares que abarcam diversas práticas sociais, culturais, econômicas e políticas no tempo, o presente Simpósio Temático busca acolher comunicações de experiências de professores de História tratando sobre suas produções de saberes históricos em sala de aula, tendo como recorte lugares circunscritos nos sertões, considerando que o ambiente educacional pode se tornar um lugar de intensas problematizações sobre o passado e suas memórias, entrelaçando ensino e pesquisa histórica. Assim, intenta-se promover um espaço de diálogo e troca de conhecimento em torno da relação entre a sala de aula de diversos níveis marcados pelo Ensino de História, a Pesquisa Histórica e os múltiplos olhares sobre os Sertões no tempo.

 

 

03- Ensino de História, Práticas e Reflexões

Paula Cristiane de Lyra Santos (Universidade Regional do Cariri)

Cícero Joaquim dos Santos (Universidade Regional do Cariri)

 

O presente Simpósio temático visa criar um espaço de discussões para professores do ensino superior e das redes básicas de ensino que desenvolvam práticas reflexivas e que queiram apresentar o resultado das mesmas. As reflexões poderão ser tanto sobre as práticas em si, sobre as discussões teóricas que embasam estas práticas, ou os dois casos concomitantemente. Hoje existe no Brasil diversos movimentos que afetam o ensino de História mas caminhando em um sentido positivo, deste processo temos experiências como o mestrado em rede do Mestrado Profissional em Ensino de História (PROFHISTÓRIA) que congrega um imenso contingente crítico de professores que estão pensando e propondo práticas diversificadas no campo do Ensino de História e buscando estratégias para uma maior qualificação do mesmo. Ao fazermos parte da Rede do PROFHISTÓRIA consideramos que é de fundamental importância que sejam criados espaços de reflexões mais amplos que apenas o curso em si e suas disciplinas. Por este motivo participar de eventos acadêmicos apresentando oportunidades para a participação prioritária, mas não exclusiva de professores e alunos do referido curso, já que professores egressos ou que pretendem cursar o referido mestrado profissional, ou outro com temáticas sobre o Ensino de História, poderão participar deste momento de socialização e reflexão coletiva em seus mais diversos aspectos, se torna um momento impar no processo de construção coletiva de um ensino de História que seja capaz de criar um exercício cotidiano que oportunize não só a professores como a alunos das diversas redes de ensino um lugar de resistência e de produção de projetos pessoais e coletivos.

 

04- Escravidão e liberdade: experiências dos africanos e dos seus descendentes no Brasil

Antonia Márcia Nogueira Pedroza (Universidade Federal do Ceará)

Iris Mariano Tavares (Universidade Federal da Paraíba)

 

A diáspora africana representou o maior deslocamento forçado de pessoas, a longa distância, ocorrido na História. Por quase três séculos, de 1560 a 1850, o Brasil foi o maior destino de africanos escravizados adquiridos no tráfico transatlântico. Esses africanos e os seus descendentes foram utilizados como mão de obra coercitiva, mas, a despeito dessa condição social, desempenharam um papel decisivo na formação econômica, social e cultural do Brasil. Eles resistiram à opressão, constituíram famílias, se organizaram em irmandades e agenciaram lutas por liberdade, cidadania e direitos. Essas lutas por cidadania e direitos não cessaram após o processo de emancipação. Os estudos sobre o mundo da escravidão e o da liberdade realizados nos últimos anos produziram novas conclusões, a partir da exploração de novos tipos de fontes e de mudanças nas perspectivas teórico-metodológicas. Este simpósio temático pretende acolher os trabalhos que, fundamentados nessa historiografia renovada, problematizem as inúmeras experiências dos africanos e dos seus descendentes, no Brasil. Sublinhamos nosso interesse em discutir as pesquisas dirigidas para os períodos colonial e imperial e para a Primeira República e que se reportem ao tráfico transatlântico e interprovincial; à escravidão rural e urbana; às relações de trabalho nas suas diferentes modalidades; aos arranjos e trajetórias familiares; às redes de alianças; aos discursos antiescravistas e pró-escravistas; às multíplices formas de resistência; às lutas pela conquista e manutenção da liberdade; à escravização ilegal; às experiências de liberdade e de escravidão; às relações étnicas; à infância; aos modos de organização sociocultural, a exemplo das irmandades; às experiências no campo da Justiça, que envolvam as lutas pela liberdade e por direitos, a resolução de conflitos, e as situações em que a Justiça surge como agente repressor; às reflexões em torno do processo abolicionista; ao pós-abolição e suas memórias.

 

 

05- Esquadrinhando os territórios coloniais: os sertões e as fronteiras dos Impérios Ibéricos no Antigo Regime (séculos XVI-XIX)

Carmen Margarida Oliveira Alveal (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Leonardo Cândido Rolim (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)

 

Este simpósio temático pretende ser um espaço aberto ao debate de resultados parciais e conclusivos de investigações que abordam as dinâmicas da política, da administração, da governação, da economia, da vida social e cultural nos sertões da América entre os séculos XVI e XIX. Entende-se que o estudo e a pesquisa dos aspectos territoriais, e, portanto, políticos e jurídicos, estão intimamente vinculados à cultura, à sociedade e à economia, articulações essenciais para a compreensão das dinâmicas que caracterizavam o Antigo Regime nas monarquias ibéricas e a formação das sociedades coloniais nas suas conquistas. O Império português, por exemplo, estendeu-se pelo Atlântico e pelo Índico, levando algumas características do Antigo Regime luso para esses espaços, aproximando essas várias regiões pelo estabelecimento de redes administrativas, sociais e econômicas, articulando, portanto, espaços, homens e culturas por meio de práticas governativas, do comércio e de valores religiosos. O Império hispânico, por outro lado, caracterizou-se mais pela continuidade territorial na América do que pela dispersão, e sob os mesmos aspectos – político, econômico, social e cultural – e seus desdobramentos na rotina da colonização, pode oferecer um contraponto às experiências lusas em seus domínios. Nesse sentido, este simpósio temático interessa-se por acolher trabalhos que privilegiem os sertões e as fronteiras como chaves para abordar temáticas específicas do período colonial. Em suma, o simpósio temático objetiva abrir espaço ao debate sobre a administração colonial, a vida social e cultural nos impérios ibéricos na época moderna, esmiuçando conflitos, negociações políticas, escravidão e resistências ao cativeiro, redes sociais e de circulação mercantil, circuitos e trajetórias governativas, disputas de jurisdições, espaços de representação dos poderes locais e expressões culturais vivenciadas nos sertões e fronteiras coloniais.

 

 

06- Gênero, memória e sertanidade: por outras representações de gênero nos sertões

Vânia Vasconcelos (Universidade do Estado da Bahia)

Tânia Vasconcelos (Universidade do Estado da Bahia)

 

A utilização da categoria gênero por parte das (os) historiadoras (es) contemporâneas (os) apontou para a negação de um determinismo biológico que explicaria os papéis assumidos por homens e mulheres, enfatizando serem eles construções sociais e decorrentes de processos históricos específicos. Rompendo as barreiras de uma história pretensamente neutra e universal, as discussões teóricas trazidas por esses estudos partem da ideia de que a história não recupera o real passado, mas constrói um discurso sobre ele, além disso, influencia na compreensão das relações de poder, trazendo novos desafios à interpretação crítica das (os) pesquisadoras (es). Historicamente as representações de gênero ligadas ao sertão foram perpassadas por estereótipos que associam o masculino à virilidade, força e violência, representado na figura do “cabra macho” e o feminino à ideia de submissão, seriedade e deserotização; embora também haja uma associação da sertaneja com a “mulher macho”, vista como forte. Considerando essas persistentes representações, o presente Simpósio Temático abre espaço a possibilidades de releituras sobre os sertões e suas personagens, agregando pesquisas que problematizem as categorias gênero e sertão e/ou analisem relações de gênero nos diferentes sertões brasileiros, considerando ainda suas articulações com as variantes gênero e raça/etnia; gênero e classe; gênero e sexualidades; gênero e geração; gênero e religiosidades, entre outras.

 

 

 

07- História Ambiental, Cultura e Sociedade no Semiárido

Eurípedes Antonio Funes (Universidade Federal do Ceará)

 

Refletir sobre as relações das sociedades com a natureza em temporalidades diversas foi, desde o início do século XX, uma preocupação da historiografia brasileira. Entretanto, a partir dos anos 90, a nascente história ambiental passou a tratar o meio ambiente como protagonista da história, assim como também começou a investigar os significados políticos da temática ambiental e de seus desdobramentos, a crise ambiental, o ambientalismo, o conservacionismo e etc. Propondo a interdisciplinaridade, contatando-se com a geografia, biologia, ecologia e antropologia, dialogando com outras áreas como a história indígena, história do patrimônio, história agrária, história cultural e refletindo os debates teóricos e metodológicos recentes da historiografia, a história ambiental tem produzido abordagens inéditas sobre as relações entre as sociedades e o meio ambiente. Abordagens estas pertinente para a crítica ao tempo presente. Neste sentido, a proposta deste Simpósio Temático: História Ambiental, Sociedade e Cultura é reunir estudos que a partir de diferentes níveis de aprofundamento teórico e empírico, temporalidades, abordagens, fontes e perspectivas metodológicas discutam as relações entre sociedade e natureza, focando no espaço e território. Assim, os estudos apresentados devem de algum modo, compartilhar preocupação em pensar, problematizar e relacionar sociedade, natureza, espaço e território, nas suas mais diversas representações, práticas e percepções. São importantes os estudos que examinam tanto concepções, atitudes e atividades humanas na produção, apropriação e transformação do espaço, trabalhos sobre impactos ambientais e sociais desses processos, bem como os que analisam a reflexão intelectual, suas fontes, métodos e teorias.

 

 

08- História, devoção e experiências educativas

Ana Cristina de Sales (Universidade Regional do Cariri)

Maria Arleilma Ferreira de Sousa (Universidade Regional do Cariri)

 

As religiosidades praticadas nos sertões do Brasil são amplas e plurais, sofrendo constantes processos de apropriações e ressignificações. Nesse contexto, podemos observar também, que algumas ações educativas estão vinculadas a determinados grupos da Igreja ou instituições religiosas. Nesse sentido, esse grupo de trabalho tem como objetivo reunir pesquisadores que trabalham sobre essas temáticas para promovermos um debate acerca das religiosidades exercidas nos múltiplos espaços dos sertões e as práticas de educação envolvidas nesse processo. Desse modo, buscamos uma reflexão sobre história, educação e devoção, como uma tarefa complexa e dialógica. Cabendo a nós articularmos a compreensão de cada um dos conceitos e também as relações possíveis entre eles. As possibilidades compreendidas nestes temas tocam experiências e vivências humanas fundamentais, por isso, mais do que construir definições, trata-se de buscar suas implicações a fim (re)desenhar possíveis pontes que possam abrir o debate para refletirmos sobre as peculiaridades religiosas e educacionais do homem no espaço do “Brasil profundo”.

 

09- História, linguagens, literatura e imagens de sertão e sertanejos

Marcos Ferreira Gonçalves (Universidade do Estado da Bahia)

Lilian Marilac Cornélio de Freitas (Universidade do Estado da Bahia)

 

Cada vez mais na modernidade tardia campos diversos de pesquisas e conhecimentos se aproximam mediante as próprias dinâmicas deste tempo e estas aproximações têm gerado outros saberes, algo plural e notório. Neste sentido o objetivo deste Simpósio Temático é refletir sobre as relações entre a História, às linguagens em suas múltiplas formas, as narrativas literárias e históricas, e suas interfaces com o sertão. Desta forma, esta proposta abriga discussões no campo da História e imagens (cinema e fotografia), das linguagens, os falares oriundos deste imenso meio cultural observado como sertão e também os diálogos entre a literatura e a História. Assim, é importante perceber as linguagens como um posicionamento social, histórico e resultante de cada tempo. Enfatiza-se também que a História mantém estreita relação com a literatura e, por este motivo, abre possibilidades para um diálogo entre as ciências que tratam dos homens e mulheres e as ciências das linguagens e seus códigos. Os trabalhos/pesquisas que contemplam as áreas da História, Letras, Ciências Sociais e outras são aqui apropriadas e podem demasiadamente contribuir para o enriquecimento dos debates e trocas de experiências propostas neste evento.

 

 

 

10- História, memória e movimentos sociais: processos de resistência nos sertões nordestinos (séculos XX e XXI)

Rose Elke Debiazi (Universidade Federal de Santa Catarina)

 

Este Simpósio Temático tem por objetivo promover um diálogo entre historiadores e pesquisadores das diversas áreas do conhecimento que investigam as experiências organizativas e associativas dos trabalhadores rurais, os processos de resistência, as mobilizações, as lutas por direitos territoriais, os embates entre patrões e empregados, as formas e os métodos de ação política, a relação com o Estado brasileiro, os processos de construção de identidades e as mais variadas manifestações de indivíduos, grupos políticos e movimentos sociais dos sertões nordestinos nos séculos XX e XXI. São aceitas pesquisas finalizadas ou em andamento, cujas abordagens estabeleçam a interface entre história e memória. Nesse sentido, privilegiam-se investigações que enfoquem a perspectiva dos próprios atores, principalmente as abordagens resultantes do uso da metodologia de história oral.

 

 

11- História, movimentos sócio-raciais e debates politicos

Maria Telvira da Conceição (Universidade Regional do Cariri)

Zuleide Fernandes Queiroz (Universidade Regional do Cariri)

Maria Eliana de Lima (Grupo de Valorização Negra do Cariri)

 

O objetivo do simpósio é reunir trabalhos acadêmicos finalizados ou em andamento, relatos de intervenção social de coletivos diversos que atuam na sociedade institucionalizada ou não, socialização de experiências e projetos políticos envolvendo trabalhadores, mulheres, negros e LGBTS, em diferentes regiões e lugares do Brasil e exterior, de forma a reconstituir a criação e fortalecimento dos movimentos e criação de frentes de lutas na atualidade.

 

 

12- História, religião e religiosidades

Maria Lucelia de Andrade (Universidade Regional do Cariri)

Este simpósio temático tem como objetivo congregar profissionais, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação de cursos ligados ao estudo da história e de outras áreas do conhecimento, interessados nas temáticas da religião e da religiosidade em suas mais diversas manifestações, a partir do entendimento de que no Brasil, especialmente no “Brasil profundo”, a religião e a religiosidade são aspectos muito significativos das práticas sociais dos sujeitos de todas as camadas sociais. As questões que envolvem as religiões e as religiosidades estão diretamente ligadas às disputas por espaços de poder e/ou de resistência, que por sua vez estão em constante rearranjo nas culturas sertanejas. Nesse sentido, as narrativas construídas pelos sujeitos que vivem essas diversas realidades, a construção dos espaços sagrados, as formas escritas, iconográficas e materiais dessas manifestações religiosas são vistas aqui como fontes e objetos das diversas análises possíveis dentro deste inesgotável eixo temático. Entender como esses sujeitos organizam suas práticas e seu entendimento de mundo a partir de crenças próprias, nem sempre de acordo com a ortodoxia, é o cerne desta proposta.

 

 

 

13- História Social da propriedade

Ironita Adenir Policarpo Machado (Universidade Federal de Passo Fundo)

Luiza Horn Iotti (Universidade de Caxias do Sul)

 

O Simpósio Temático História Social da Propriedade oportuniza um espaço de reflexão e discussão da problemáticas da história pretérita e atual: a propriedade da terra; centra as discussões de investigações em três eixos temáticos: a ocupação territorial, modernização e os movimentos sociais. Eles possibilitam discutir a questão da propriedade da terra através de temáticas, metodologias e teorias de estudos e pesquisas articulados pela história agrária, história da agricultura, ocupação da terra, conflitos fundiários, desapropriação por função social, movimentos sociais, fronteiras agrárias e políticas, relações socioculturais e grupos sociais rurais. A perspectiva que aproxima e aglutina estes estudos é a do mundo rural e dos movimentos sociais brasileiros e latino-americanos, do século XIX e XX, em interação com os demais territórios. Busca-se interface entre história, antropologia, geografia, sociologia rural e direito procurando discutir as várias realidades rurais, na perspectiva do regional em seus múltiplos desdobramentos. Este Simpósio Temático acolhe estudos sobre a ocupação territorial, modernização e movimentos sociais, de maneira geral, tendo por matriz orientadora a História Social, articulados entre si e abarcando temas de pesquisa, tais como: povoamento, migrações, populações indígenas, sertanejas, movimentos sociais e violência, propriedade da terra e legislação agrária, agronegócio, geração de energia, (des) territorialização do espaço e modernização, mundos do trabalho, entre outros.

 

 

14- Justiça, Cidadania e Etnicidade na história social dos sertões (Brasil, século XIX)

Juciene Ricarte Cadorso (Universidade Federal de Campina Grande)

Vanessa Spinosa (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)


 

 

Este simpósio visa agregar pesquisadores que discutam a partir do viés da história social temas que abarquem questões focadas no Direito e na Justiça oitocentista, bem como tragam aprofundamentos sobre etnicidade e cidadania nos espaços sertanejos. Considerando a pertinência dos estudos sobre o interior do Brasil oitocentista, pensamos que tais categorias contribuirão para que pensemos os sertões para além do espaço isolado e desconectado, mas de novas territorialidades simbólicas, relações interétnicas e socioambientais. Importante sobretudo, em relação à justiça pois pensada como um movimento em prol da busca pela cidadania e, assim, agenciamentos testados por diferentes protagonistas dos oitocentos.

 

 

 15- Movimentos Sociais e o mundo rural

José Romário Rodrigues Bastos (Universidade Federal do Ceará)

Vicente Moreira Maia Neto (Secretaria Municipal de Educação – Fortaleza)

 

As relações de poder no campo não foram apenas as referidas classicamente através das oposições senhor/escravo e capital/trabalho. Durante a escravidão e o processo de expansão do capitalismo no Brasil, a partir do século XIX, existiram formas de produção, trabalho e consumo diversas que coexistiram com a plantation e com a agricultura comercial capitalista. Em paralelo à grande propriedade ou no interior delas, trabalhadores livres – camponeses em definição política e acadêmica – organizaram-se num tipo de produção familiar e autônoma, voltada para o consumo interno da unidade familiar, mas também conectada com os mercados locais e regionais na venda de excedentes. Esses camponeses cumpriram papel econômico primordial no abastecimento de víveres e alimentos necessários para o prosseguimento dos principais ciclos econômicos regionais e nacionais. Muito embora sujeitos sociais protagonistas, a história do campesinato é marcada também pela desqualificação, própria de uma visão linear e evolutiva dos processos históricos que coloca ora a modernização das forças produtivas como paradigma, ora a luta organizada para superação da sociedade de classes como instrumento revolucionário. Desqualificados à direita e à esquerda como símbolos do “atraso” econômico e político, a resistência camponesa emerge de uma tradição e costume de lutas pela continuidade do modo de vida camponês, caracterizado no Brasil principalmente pela mobilidade social e espacial em decorrência dos conflitos pelo acesso à terra e demais recursos para produção. O presente Simpósio Temático busca debater pesquisas que compreendam: as formas de produção camponesa que enfrentam os grandes modelos produtivos, como a agroecologia; os movimentos sociais do campo e suas lutas por terra e água; MST, MAB, MAM; experiências de educação popular no campo; ações motivadas por movimentos sociais religiosos, como Cáritas e Comissão Pastoral da Terra; cultura camponesa; sindicalismo rural.

 

 

16- Mundos do Trabalho: organização social, relações de gênero e trabalho realizado por mulheres

Juliana Magalhães Linhares (Centro Universitário Inta)

Jormana Maria Pereira Araújo (Universidade Federal do Ceará)

 

O objetivo desse simpósio temático é reunir pesquisadoras e pesquisadores da área de história do trabalho para discutir as dimensões do trabalho realizado por mulheres, e que explorem a perspectiva de gênero no mundo do trabalho livre e/ou nas diversas formas de trabalho compulsório (em âmbito rural e urbano). Desse modo, serão bem vindas propostas de apresentação que discutam os seguintes temas: 1. Gênero e relações de trabalho; 2. Desigualdades de ganho, renda e salário; 3. Mulheres nas organizações políticas e sindicais; 4. Mulheres na luta por direitos; 4. Trabalho doméstico remunerado e não remunerado; 5. Trabalho de cuidados e os limites interpretativos entre escravidão e liberdade; 6. Feminismo e mundo do trabalho; 7. Revisão e análises críticas da produção bibliográfica sobre o trabalho de mulheres.

 

 

17- Paisagens dos Sertões

Antonio José Alves de Oliveira (Universidade Federal de Santa Catarina)

Leandro Maciel Silva (Universidade Federal de Santa Catarina)

 

Paisagem. Conceito que envolve tanto a materialidade do mundo natural quanto as representações obre a natureza. Paisagem se refere ao espaço físico e as suas disputas de poder e territorialização, mas também aos sentidos que carregam os lugares. Tratando dos Sertões, a paisagem pode ser a chave de leitura para perceber a sua constituição, de modo sincrônico e diacrônico. Dos dilatados sertões, com fronteiras alargadas e ingovernáveis que desafiaram à administração colonial presa ao litoral; aos sertões e suas veredas mapeadas pela literatura e pelo Estado Republicano. Este Simpósio pretende aproximar as investigações que têm as paisagens do Sertão (no singular ou no plural) como objeto de reflexão, que pretendam pensá-lo no tempo e no espaço, fruto de choques culturais, disputas de poder, lugar do imaginário, de identidades, de códigos culturais, de práticas econômicas e políticas particulares, atentando, da mesma forma, para o lugar e o papel que o mundo natural ocupou e ocupa na dinâmica da vida em sociedade.

 

 

18- Representações, culturas e narrativas sobre o sertão

Ana Amélia Rodrigues de Oliveira (Universidade Estadual Vale do Acaraú)

Paula Virgínia Pinheiro Batista (Universidade Federal do Ceará)

 

“Sertão é uma das categorias mais recorrentes no pensamento social brasileiro, especialmente no conjunto de nossa historiografia”. É o que afirma a pesquisadora Janaína Amado em texto clássico, intitulado Região, sertão, nação. Para a autora, o termo foi construído pelos portugueses durante a colonização para designar espaços vazios, pouco conhecidos, mas ao longo do tempo foi carregando os mais variados sentidos, tendo sido utilizado para designar diferentes espacialidades. Em Um sertão chamado Brasil, a socióloga Nísia Trindade Lima realiza um estudo sobre as representações do sertão no pensamento social brasileiro e, segundo ela, as interpretações sobre o sertão e o litoral partem necessariamente de duas matrizes: a ideia de um país moderno no litoral, em contraposição a um país relutante à modernização no interior; ou sobre outro prisma, a autenticidade do sertão em contraposição à superficialidade do litoral. Fazemos referência a esses dois trabalhos porque ambos chamam a atenção para duas importantes questões: a de que o sertão é uma categoria histórica, que se modifica com o passar do tempo e que justamente por se modificar, passa a definir sentidos diversos. Ora, se esses sentidos se modificam, as narrativas sobre esses “vários sertões” também serão diversas. Assim, o objetivo desse Simpósio Temático é reunir trabalhos que reflitam sobre narrativas produzidas sobre o sertão, que analisem o sertão enquanto uma categoria histórica e que interpretem não só as diferentes formas de narrar o sertão, mas também os significados atribuídos a essa espacialidade por essas narrativas.

 

 

 

 19- Seca, trabalho e estrutura agrária

Francisco Ramon de Matos Maciel (Universidade Federal do Ceará)

Sarah Campelo Cruz Gois (Instituto Federal do Rio Grande do Norte)

 

As discussões sobre as relações de trabalho e as formas de organização no espaço rural marcam uma série de estudos clássicos acerca das ciências humanas no século XX. O pensamento social brasileiro nas figuras de Caio Prado Júnior, Euclides da Cunha, Gilberto Freyre, Oliveira Vianna e Sergio Buarque de Holanda traçam interpretações sobre a estrutura econômica, social e cultural do Brasil em seu universo agrário, muitas vezes na contraposição entre litoral e sertão. A partir das décadas de 1940 com a institucionalização das ciências sociais no Brasil, autores como Alberto Passos Guimarães, Florestan Fernandes, Victor Nunes Leal e Maria Isaura Pereira de Queiroz vão aprofundar os estudos sobre o homem pobre do campo, e suas relações de exploração no mundo agrário e capitalista do Brasil. Na historiografia de 1970, pesquisas como de Ciro Flamarion Cardoso e Maria Yedda Linhares serão relevantes para a criação de um novo olhar e releituras dos sujeitos, objetos e fontes, ajudando a (re)pensar uma história agrária, embora exista ainda uma carência de estudos sobre os sertões e sua sociedade. Entre essas mudanças e perspectivas nosso simpósio pretende abordar a relação intrínseca das secas nas relações de trabalho no universo agrário dos sertões Norte/Nordeste. Pensamos a seca como um fenômeno de construção social, presente na formação da sociedade brasileira, e que acompanha as continuidades e rupturas das relações de poder no campo, como acesso à terra, exploração e latifúndio, questões estas que permeiam as relações no campo para além dos períodos de seca. Assim desejamos reunir pesquisas que tragam discussões acerca da migração retirante, trabalho sertanejo, agricultura familiar, políticas de socorros, ações populares, frentes de trabalho em obras públicas, disputas de terras e propriedade, e demais assuntos que giram em torno da equação seca, trabalho e estrutura agrária, a partir do século XIX.

 

 

 

20 - Sertões contemporâneos – cultura e globalização no interior nordestino do Brasil

Gislene Moreira Gomes (Universidade do Estado da Bahia)

 

As palavras e os territórios não são estáticos. Eles falam das relações de poder, dos limites, e dos sentidos construídos historicamente pelos homens e mulheres que as habitam. No século XXI, o sertão brasileiro virou semiárido e este estudo entende que a escolha do termo não é aleatória. Ela indica profundas transformações na região fixada no “de-sertão” ou na “zona das secas”, povoadas desde a colonização periférica da América Latina. Nos anos 2000 este terreno de securas climáticas e sociais se destacou como “semiárido” efervescente de inovações políticas, econômicas e culturais. O novo enunciado aponta à transformação de uma região historicamente vinculada a um cenário de miséria e atraso para um território de possibilidades e rupturas, imerso nas contradições do mundo globalizado. O “semiárido” indica profundas mudanças nos modos de vida, na cultura e na comunicação, provocadas pelo avanço acelerado do capitalismo nas periferias do consumo. As novas formas de dizer e estar neste território em mutação têm sido alvo dos debates políticos nacionais, que remetem às discussões sobre as desigualdades regionais, e rememoram a históricos processos de discriminação no Brasil. Desde a Economia Política da Comunicação e da Cultura, este trabalho aborda as novas produções culturais, seus impactos identitários e os sentidos destes sertões do novo milênio. A ideia é problematizar as novas configurações culturais e seus impactos políticos, econômicos na formação dos conflitos do Brasil contemporâneo.

 

21- A literatura na sala de aula

Fatiana Carla Araújo (Universidade Regional do Cariri) 

Há muito que se discute sobre a relação entre história e literatura. A historiografia sobre essa temática fornece um panorama amplo e diversificado quanto ao uso da literatura como fonte histórica, como uma linguagem especial ou mesmo como uma forma de expressão. História e Literatura se aproximam, mas não se confundem. Pensamos a literatura como um “discurso das auroras, pois buscaria perceber como as coisas se movem a caminho de suas próprias formas utilizando as menores sombras e os menores feixes de luz”. A literatura é um convite ao uso de uma linguagem que tem renovado o ensino de história e que possibilita uma aprendizagem mais dinâmica, pois permite uma maior interação entre professor, conteúdo e aluno. O professor é agora um facilitador; a sala de aula é o espaço de criação, reflexão, produção de saberes e o aluno é um pesquisador. Pensar com a Literatura é se permitir descobrir uma linguagem especial, um mundo diferente, uma outra verdade. Temas e abordagens são apresentados pela literatura sob outras possibilidades como a discussão do conceito de sujeito e de razão, o próprio conceito de história e tempo, o desequilíbrio de dualismos como estratégia, a fusão entre sujeito e objeto, o uso da metalinguagem, a ideia de sertão. História, literatura e ensino estão interligados na produção do conhecimento como parte do trabalho desenvolvido por professores e alunos.

 

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